terça-feira, 21 de agosto de 2018

Marrocos 2018 - balanço


Nesta viagem fizémos 3132 Km dos quais cerca de 2000 em Marrocos. Em boa parte utilizámos autoestradas e vias rápidas. As portagens (classe 2) têm um custo que estimo em cerca de metade do valor em Portugal. Algumas das estradas nacionais que utilizámos, principais e secundárias, estavam em muito mau estado de conservação.

Trajeto:


O povo marroquino é extremamente acolhedor e nunca houve qualquer sentimento de insegurança.
Convém ter cuidado com os guias que vão aparecendo e discutir sempre o preço antes de aceitar um serviço.
O controlo policial de veículos, pessoas e velocidade, são uma constante à entrada e saída das localidades, em plena estrada e portagens das autoestradas. Estão sinalizadas com pivots, sinais de redução de velocidade e stop. Na aproximação a todas elas mandaram-nos avançar.
Portanto regra base é cumprir toda a sinalização e ter muito cuidado com a velocidade. Os radares portáteis são uma constante.
No atravessamento das pequenas localidades há que ter cuidado pois há sempre mercado com a confusão típica, pessoas, carroças, etc.
Há que evitar conduzir nas grandes cidades pois o trânsito é caótico.

O controlo fronteiriço e viagem de ferry não exigem nenhum cuidado excecional para além do que é óbvio. Há um controlo muito intenso à saída direcionado para migrantes e droga. Potes, tapetes, artigos de cabedal, etc, não são um problema.
Convém estar no porto de Algeciras 2 horas antes da hora esperada de saída e pelo menos 3 horas no de Tanger Med.
A compra dos bilhetes na agência Normandie foi adequada pelo preço e serviço, peenchimento do formulário D16 de importação temporária de veículos ( nota: disponível no site aduaneiro marroquino e preenchido em 3 vias ), fornecimento das fichas de controlo policial ( brancas: entrada, amarelas:saída) e explicações diversas. Esta agência trabalha com a empresa Baleária e os bilhetes são “open” ou seja não têm data e lugar reservado.
Basta chegar ao porto e ir para a fila. Pensámos ser um problema com a grande afluência de marroquinos imigrantes na Europa, mas tal não sucedeu. Aparentemente a capacidade vai sendo ajustada e os ferrys vão enchendo e saindo. Aliás o cartão de embarque no regresso indicava saída às 12:00 no “Nápoles” e saímos pelas 11:45 no “Alexandria”.

Nos parques de campismo pagámos (3 adultos e eletricidade) desde 110 DH ( cerca de 10€) a 280 DH por noite sendo a qualidade muito variável. Neste aspeto e também pelas dicas de visitas e trajetos, o guia Campings du Maroc revelou-se extremamente útil.
Os preços do gasóleo corrente são desde 9,85 DH ( cerca de 0,90€ ) até 10,15 DH.

Já tínhamos a noção que no interior as temperaturas elevadas tornavam a viagem difícil. Assim foi, e em Marrachech optámos por voltar à costa e em vez de seguirmos pelo vale de Dadès e montanhas do Atlas. Fica assim em aberto um regresso fora do verão em que se possa ir ao deserto, com acesso por Merzouga por exemplo.

Dia 14 – 20/08/2018 – Martil (Marrocos ) a casa – 660 Km na autocaravana mais ferry


Optámos por voltar à entrada de Tétouan e fizémos a autoestrada para Fnideq passando a 1,5 Km de Ceuta.
A estrada para o porto de Tanger Med é em 2 faixas através das montanhas costeiras e supostamente panorâmica sobre o estreito de Gibraltar. Não foi o caso pois o nevoeiro era muito intenso.
Pelas 9:10 estávamos a entrar no porto.
Passado 1:10 estávamos parqueados para entrar no ferry e este tempo não foi devido ao excesso de viajantes. Assim trocámos os últimos Dirhans por Euros, controlo de bilhetes e emissão de cartões de embarque, controlo policial, controlo aduaneiro ( registo de saída da autocaravana que é considerado uma importação temporária de veículo ), scan rx da autocaravana ( duas vezes, pois na primeira era o ultimo veículo de uma fila de 5 a parte traseira não foi “apanhada”).
Pelas 11:00 estávamos a entrar no ferry. Ainda houve mais um controlo dos passaportes, entrada de um policia para inspeção e passagem de um cão em torno da autocaravana.
Viagem tranquila apesar do vento e alguma ondulação.
Vista sobre Tanger Med:



Vista sobre Gibraltar:


Por do sol arredores de Badajoz:

Pelas 23:30 estávamos em casa fazendo o trajeto inverso da ida, Sevilha, Zafra, Badajoz e Elvas.

Dia 13 – 19/08/2018 – Chefchaouen a Martil – 75 Km


De amanhã cedo, saímos a pé do parque de campismo em direcção ao centro de Chefchaouen. São 15 min descendo lentamente por uma escadaria no meio de pequenos pinheiros, com uma vista imponente sobre a localidade e as montanhas envolventes.

Chefchaouen é uma cidade muito pitoresca com as ruelas e becos da medina cheios do tom azul. Vê-se à venda tudo o que é comum, mas também ramagens de sobreiro e oliveira e ramos de palha, presumimos nós para alimentar os animais, mas também sacos de carvão, etc.

Há muitos turistas, mas a sua coexistência com os habitantes parece ser natural.

Visitámos o Kasbah, casa fortificada, construída no sec. XV, numa lógica de resistência à entrada dos portugueses nestes territórios.











Depois de uma compras ( caçarola de tajine e outras), de um sumo de laranja na praça central, subimos ao camping ( de taxi ...) e pelas 13:00 saímos para a estrada.

A estrada seguiu os vales do Rif, com um trânsito muito intenso e muitos mercados nas localidades, principalmente com animais, nomeadamente cordeiros, com uma intensidade muito grande nos arredores de Tétouan. Terá a ver com a festa do sacrifício do cordeiro da religião mussulmana que em 2018  se realiza nesta altura do ano.

A partir daqui entrámos numa zona da costa mediterrânica onde existem numerosas praias muito frequentadas pelos marroquinos. O trajeto entre a saída de Tétouan e Martil foi feito por avenidas largas muito cuidadas e com envolventes ajardinadas.

Ficámos em Martil no parque de campismos AlBoustane (N35º37,734;W5º16,663), muito próximo da praia, cuja marginal ainda percorremos.






Estamos a 58 Km do porto de Tanger Med. Amanhã cedo seguiremos caminho com a intenção de passar o estreito de Gibraltar.

sábado, 18 de agosto de 2018

Dia 12 – 18/08/2018 – Féz a Chefchaouen – 214 Km


Saída tardia, pelas 11:00, ainda em modo de recuperação do dia anterior.
Trajeto todo feito em estradas nacionais com alguns troços em que o pavimento se encontrava bastante ondulado.
Passámos por Nzala-des-Beni-Ammar, Ain-Defali e Ouzzane.
Parte inicial mais em planície, com extensos olivais, ficando com alguns montes à medida que íamos para norte.
A paisagem foi ficando mais verde, quer pelas culturas, quer pela vegetação natural.
A zona de Chefchaouen situa-se nas montanhas do Rif, onde se vê floresta mediterrânica de pinheiros e cedros. Quer nesta zona, quer em anteriores, vêem-se áreas corta-fogo bastante largas.
Ficámos no parque de campismo municipal Azilan (N35º10,518; W5º15,976) sobranceiro à cidade.
Chefchaouen, que iremos visitar amanhã de manhã, é a cidade azul como pudemos constatar quando a avistámos ao longe.
Algumas fotos do dia:






sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Dia 11 – 17/08/2018 – Féz

Iniciámos a visita por Féz El-Jedid (nova Féz):
- Envolvente exterior do palácio real, Dar el-Makhzen, com portas mouriscas imponentes na entrada principal.
- Ruelas do bairro judeu, Mellah.
- Parque Jnane Sbil.







 A medina, a maior do mundo, situa-se em Féz el-Bali, por onde andámos cerca de 5 horas numa profusão de ruelas e becos onde em alguns locais a luz do sol não chega.
Visitámos:
- A madrassa El Bouanania
- Artesãos de metal
- Antigos banhos públicos
- Entrada da mesquita Karaouiyine
- Artesãos de tapetes e de tecidos fabricados com fios de um cacto
- Os curtumes de peles
- O local da mais antiga universidade do mundo
Almoçámos e terminámos a visita pela 16h.








 






Vistas gerais da medina e arredores:



O guia  ( Elouafi ) foi um factor completamente diferenciador. Era impensável irmos a todos os locais mencionados e percorrer as ruelas, algumas com 70 ou 80 cm de largura, sem o seu apoio.
A medina de Féz vale de facto por toda uma viagem. 


quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Dia 10 – 16/08/2018 – El Jadida a Féz – 394 Km


Dia programado para a viagem para Féz com pouco para contar. 
A viagem foi sempre por autoestrada. Até Rabat a paisagem continuou com campos agrícolas secos, onde se viam a pastar ovelhas, vacas e os comuns burritos.

Na aproximação a Féz, os campos têm um aspeto mais fértil e ordenado. Vêem-se áreas extensas de olivais, vinhas e pomares.

Em Féz ficámos no complexo turístico Diamand Vert (N33º59,237; W5º1,261), com camping, bungalows e parque aquático. A visita a Féz será amanhã com os serviços de um guia contratado.


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Dia 9 – 15/08/2018 – Essaouira a El Jadida – 283 Km


Saída calma pelas 9:15. Rumando já para norte, apanhámos a estrada secundária para Safi pela costa.

Safi situa-se a cerca de 110 Km e fomos vendo as vistas que eram magníficas. No entanto, também foi preciso olhar com muito cuidado para a estrada pois além de estreita, durante 20 ou 30 Km, não tinha buracos mas sim crateras. Saliento que existe uma estrada principal mais afastada da costa.

Algumas fotos:







Após almoço em Safi seguimos pela autoestrada que tem aqui o seu inicio.

Parqueámos no camping International ( N33º14,417; W8º29,321 ) já dentro de El Jadida, situado a cerca de 2 km do porto e centro histórico, para onde fomos de taxi.

El Jadida é a antiga Mazagão onde se encontram bastantes vestígios da presença portuguesa. A “Cité Portugaise”, contígua ao porto de pesca e rodeada por muralhas, é património mundial da UNESCO desde 2004. Visitámos a cisterna e as muralhas de onde a miudagem saltava para a água de uma altura considerável. Vimos o Café do Mar, a Rua Direita, a Rua da Mina, a Rua da Nazareth, etc.

Jantámos uma mista de peixe frito na praça envolvente num restaurante típico marroquino.

Regressámos pela calçadão marginal da praia. Contrariamente a Essaouira não se viam particamente turistas não marroquinos.